Enfraquecido pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o PT não conseguiu eleger nenhum prefeito nas sete cidades em que disputou o segundo turno das eleições municipais.
De todas as capitais do Brasil, o partido levou apenas a Prefeitura de Rio Branco, ainda no primeiro turno, com a vitória de Marcus Alexandre, com 54,87% dos votos válidos, sobre Eliane Sinhasique (PMDB), com 32,02%.
A queda no número de prefeitos eleitos foi de 59% nacionalmente em comparação a 2012. No Ceará, a legenda perdeu 14 prefeituras - 51% de seu domínio. Ontem, houve eleições em segundo turno em 57 cidades, com 21 partidos no pleito.
Já o PSDB, que tinha conquistado duas capitais no primeiro turno (São Paulo e Teresina), se fortaleceu ao eleger prefeitos em mais cinco (Belém, Maceió, Manaus, Porto Alegre e Porto Velho) ontem. Com um total de sete capitais em 2016, o partido supera seu melhor desempenho alcançado em 2004, quando conquistou seis.
Já o PT perdeu na única capital em que disputou o segundo turno. Foi em Recife, com João Paulo (PT), que obteve 38,70% dos votos válidos, perdendo para Geraldo Julio (PSB), reeleito com 61,30%. No ABC paulista, o PT sofreu duras derrotas. Em Mauá, Donisete Braga (PT) ficou com 35,53% e, em Santo André, Carlos Grana (PT) acabou com 21,79%.
Após definido o cenário, o deputado federal José Guimarães (PT) disse ao O POVO que não tem derrota nem vitória na política. “Um partido que perdeu pode ganhar nas eleições seguintes”, afirmou. Ele avalia que o PT deve reconstruir as pontes relacionais com partidos do campo da esquerda para trabalhar 2018. “Nossa expectativa é do PT trabalhar para que as prefeituras que elegemos tenham experiências boas. Vamos nos preparar para o processo de eleição dentro dessa renovação nacional e seguir a vida”, diz.
Sobre a reeleição de Roberto Cláudio (PDT), Guimarães diz que é positiva a vitória de um candidato do campo progressista. “Desejo toda sorte para que ele possa corresponder às expectativas da Cidade”.
O deputado federal do PSDB, Raimundo Gomes de Matos, diz que o fortalecimento do partido não é surpresa. “Desde o início da reeleição de Dilma que o partido vinha fazendo pesquisas de índice de avaliação”. Ele diz que os resultados demonstravam que a população ligava o PSDB a uma política de responsabilidade administrativa e fiscal, associadas também ao lado social. “A gente espera que nos próximos dois anos esses gestores municipais possam levar à frente esse sentimento, que é uma possibilidade de reflexo em 2018 para governador e presidente”, diz. (Beatriz Cavalcante)
O POVO Online