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Karine parou de comer e fez uma alimentação a base de líquidos. Atualmente, ela se arrasta pela casa e só consegue se movimentar com a ajuda da mãe. “No café da manhã, comia um pão light com leite. No almoço e na janta, tomava shake e chá. Não sentia fome por causa dos remédios que inibiam o apetite. Vi que estava dando resultado e continuei durante oito meses. Minha mãe e minhas amigas diziam que eu era louca, mas não ligava. Fiz tudo sem orientação médica.”, disse a jovem.
A mãe de Karine tentou alertar, mas a jovem não ouviu. O final dessa história foi um susto pra toda família. Ela passou mal no meio da rua e não conseguiu mais andar. “Dava uns puxões de orelha. Percebi que algo estava errado porque a pressão dela oscilava. Sempre incentivava ela a comer, mas não queria. Foi um desespero ter que ir buscá-la no terminal rodoviário e vê-la sem andar. Como mãe, digo que ninguém deve fazer dieta assim. Coisa que se vê em propaganda não está certa, tem que procurar uma orientação médica”, disse a manicure Luciana Ferreira.
Karine foi parar em quatro hospitais e foi atendida por oito médicos diferentes. Depois de informar qual era a dieta e realizar vários exames, os médicos descobriram a doença. O presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia explica o que aconteceu com Karine. “Tipos de alimentações a base de shakes causam desnutrição. É impossível ter em um copo de shake a quantidade de vitaminas que o corpo precisa. A pessoa vai emagrecer porque estará desnutrida, mas não terá saúde”, comentou o endocrinologista Albermar Robert Harrigan.
O médico explicou que o organismo dela ficou sem a vitamina B1, presente no arroz, legumes e verduras. Isso afeta o sistema nervoso e, no caso da Karine, as pernas ficaram sem receber estímulos. “Isso aconteceu porque ela fez uma dieta errada. Não há emagrecimento rápido, para ir a um casamento, por exemplo. Precisamos alertar a população a não acreditar em milagres. A alimentação equilibrada e a prática de exercícios leves ou moderados bastam para o indivíduo ter um emagrecimento saudável”, comentou.
Em dez dias, Karine deve voltar a andar, mas vai precisar de tratamento e reeducação alimentar. A moça garante que dessa vez aprendeu a lição. “Quero voltar a fazer a dieta com acompanhamento médico. Essas dietas malucas são só uma ilusão. O negócio é ir devagar e sempre. Estou me recuperando e quero servir de exemplo para as pessoas que querem perder peso”, disse a jovem.
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