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A atual quadra
chuvosa (fevereiro a maio) se aproxima do fim e, com precipitações
abaixo da média, o Ceará enfrenta o pior ciclo de estiagem desde 1950.
Já são cinco anos seguidos sem recarga nos reservatórios que abastecem
os núcleos urbanos. Resultado: 41 cidades devem enfrentar crise hídrica
de desabastecimento, pelo menos, até dezembro próximo. A situação é
considerada preocupante e tende a se agravar nos
próximos meses. A avaliação é do Grupo de Trabalho de Segurança Hídrica
do Comitê Integrado de Convivência com a Seca. Os técnicos recomendam
medidas de racionalização na oferta de água e constatam que o atual
quadro de escassez vem afetando drasticamente o sistema de
abastecimento, as atividades agropecuárias e a criação de camarão no
Baixo Jaguaribe.
Espera-se para
2017 o fim do atual ciclo de seca com o desaparecimento do El Niño e
possibilidade de La Niña, inversão térmica nas águas superficiais do
Oceano Pacífico Equatorial. Entretanto, a situação deve continuar
crítica em janeiro e fevereiro do próximo ano, período ainda de
reduzidas chuvas.
Os municípios
foram divididos em três categorias de criticidade de abastecimento,
conforme o período em que os sistemas de oferta de água à população
devem entrar em colapso. O grupo um reúne 17 cidades que enfrentam crise
atual até julho próximo. São elas: Aratuba, Bela Cruz, Boa Viagem,
Campos Sales, Catunda, Deputado Irapuan Pinheiro, Iracema, Milhã,
Mombaça, Mulungu, Pacoti, Palmácia, Pedra Branca, Pereiro, Quixelô,
Solonópole e Tamboril.
Neste mês de
maio, segundo o relatório, Boa Viagem, Catunda, Iracema, Mulungu,
Pacoti, Palmácia, Pedra Branca, Quixelô e Tamboril já vivenciam
desabastecimento urbano. Uma das situações mais graves é em Boa Viagem,
no Sertão Central, abastecida por carros-pipa que captam água em cidades
da região. Os açudes que abasteciam a cidade secaram e os poços
profundos não apresentam vazão.
O grupo dois
inclui oito centros urbanos com situação crítica estimada para o período
de agosto a outubro vindouro. São eles: Altaneira, Apuiarés, Araripe,
Ararendá, Baixio, Ipaumirim, São Luís do Curu e Umari. O Açude
Jenipapeiro II que abastece Ipaumirim, Baixio e Umari vai entrar em
colapso em outubro próximo, agravando a situação naquelas três cidades.
O grupo três
inclui 16 cidades que devem enfrentar situação crítica de
desabastecimento entre novembro e dezembro. São elas: Aquiraz,
Capistrano, Coreaú, Forquilha, Granjeiro, Independência, Ipueiras,
Itapiúna, Madalena, Moraújo, Potiretama, Piquet Carneiro, Salitre,
Senador Sá, Tejuçuoca e Uruoca. Açudes e poços que abastecem esses
núcleos urbanos devem entrar em colapso no fim do ano, segundo avaliação
técnica da Cogerh. Em Salitre, a situação é mais grave e o
abastecimento depende carro-pipa.
Havia 24
cidades que corriam risco de entrar em colapso, mas graças às chuvas em
janeiro e março passados houve recarga nos reservatórios, assegurando o
abastecimento até o fim do ano. São as seguintes: Alto Santo, Aratuba,
Cariré, Cedro, Cruz, Ererê, Groaíras, Guaramiranga, Ibicuitinga, Icó,
Ipaporanga, Ipu, Itatira, Marco, Morrinhos, Novo Oriente,
Quiterianópolis, Quixeramobim, Parambu, Potengi, Russas, Saboeiro,
Santana do Acaraú e Trairi.
O Diário do Nordeste
solicitou entrevista com o titular da SRH e o presidente da Cogerh, mas
ambos estavam em reunião e não puderam atender à solicitação.
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