A presidente Dilma Rousseff deve apresentar nesta segunda-feira (4) sua
defesa na comissão da Câmara dos Deputados que dará parecer pela
continuidade ou não do processo de impeachment que ela enfrenta.
O prazo para que Dilma entregue os argumentos é de 10 sessões do
plenário da Casa. Desde a instalação da comissão, já se passaram nove
sessões. A décima está prevista para ocorrer nesta segunda. Neste caso, a
presidente terá até as 19h para entregar a defesa, segundo o relator do
processo, deputado Jovair Arantes (PTB-GO).
A expectativa é de que o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo,
vá pessoalmente à Câmara e faça uma exposição aos integrantes da
comissão do impeachment.
Ele deverá dizer que a prática das “pedaladas fiscais” cometidas em 2014
foram cometidas a partir do governo Fernando Henrique Cardoso e
estavam, até então, de acordo com o entendimento do Tribunal de Contas
da União (TCU).
As “pedaladas” são manobras de atraso nas transferências do Tesouro
Nacional a bancos públicos para aliviar artificialmente a situação
fiscal do país. Por causa da demora nos repasses, BNDES, Banco do Brasil
e Caixa Econômica Federal tiveram que desembolsar recursos próprios
para custear programas sociais como o Bolsa Família. A operação, para o
TCU, consistiu em uma espécie de “empréstimo” irregular ao governo.
Outro argumento que será usado por Dilma é de que os decretos de crédito
extraordinário, editados ano passado, sem autorização do Congresso,
cumpriram os requisitos previstos na Lei Orçamentária de 2015 e não
aumentaram o limite global de despesas da União.
Após a entrega da defesa, o relator do processo terá cinco dias úteis
para apresentar seu parecer. Ele já afirmou, porém, que poderá antecipar
a entrega do parecer para quarta (6) ou quinta (7). O texto deve ser
votado na comissão no dia 11 de abril.
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