Diante do desembarque oficial
do PMDB do governo Dilma Rousseff (PT), os interlocutores da presidente buscam,
agora, uma negociação no varejo com deputados da base aliada e indecisos para
garantir uma margem necessária e impedir o impeachment da petista.
O PMDB do vice-presidente Michel Temer oficializou ontem saída do Governo Dilma Rousseff. Assim, impeachment ganha força. Foto: IGOR ESTRELA/PMDB |
A saída por aclamação, ou
seja, sem contagem de votos dos delegados do partido, não expõe as reais e
diversas posições que a legenda tem em relação ao governo.
É nessa circunstância que o
líder do governo, deputado José Guimarães (PT), deposita as chances do PT nesse
rompimento. “Combater o impeachment não depende do PMDB, depende do conjunto
dos deputados que estão contra os golpistas. O País sabe que o (Michel) Temer é
o comandante-mor do golpe”, disse.
Ainda de acordo com o líder, o
desembarque do PMDB – aliado do PT desde o início do 1º governo Lula -, não vai
alterar na prática a relação do Palácio do Planalto com o Congresso Nacional.
“Os que saíram nunca entraram no governo. Essa decisão do PMDB não muda em
nada, nós temos diálogo com vários setores do PMDB e vai ter sempre uma parte
que apoia o governo”, finalizou.
Negociação
O Planalto acredita que nem
todos os peemedebistas deverão devolver os cargos. Os postos entregues, no
entanto, deverão ser negociados com partidos de menor expressão na Câmara, mas
que garantam votos suficientes para impedir a deposição da presidente.
Nos próximos dias, partidos
como PP, PR, PSD e PEN deverão ganhar mais espaço na gestão, o que poderia
garantir boa parte dos votos do PMDB que deixaram de apoiar a administração
federal.
Vice-líder do governo, o
deputado Silvio Costa (PT do B), avaliou que a estratégia agora é a
redistribuição dos cargos para manter o quórum contra o impeachment. “Nós vamos
para o ataque: o governo tem sete ministérios para repactuar e 600 cargos para
oferecer”, disse.
Dos sete ministros do PMDB,
apenas Henrique Alves deixou oficialmente a pasta. “O PMDB tem 69 deputados e
nunca deu mais do que 30 votos para o governo. Sempre vendeu o que não tem. E o
que vale para a governabilidade é o painel de votações”. (com agências).
O Povo Online.
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