O delegado Paulo Henrique Martins de Castro, responsável pela investigação da morte de Joaquim, de três anos, declarou nesta terça-feira (12) que a polícia ainda investiga o que pode ter motivado a morte do garoto e disse que há indícios de que o crime possa ter sido premeditado.
— Isso a gente precisa analisar, a motivação desse crime é um incógnita, não temos essa resposta, mas há alguns indícios de que isso tenha sido previamente previsto.
Em coletiva de imprensa realizada em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, Castro reforçou que o padrasto do menino, Guilherme Longo, e a mãe de Joaquim, Natália Mingoni Ponte, continuam sendo os principais suspeitos. Os dois tiveram a prisão temporária decretada no último domingo (10), mesmo dia em que o corpo da criança foi localizado.
— O casal ainda é o principal suspeito, mas não podemos descartar nenhuma linha de investigação.
Entre as informações que ainda serão apuradas, está uma possível participação do pai biológico de Joaquim. Imagens de câmeras de segurança teriam mostrado o pai do garoto saindo de carro da casa em que a família morava no dia em que Joaquim desapareceu.
— Temos algumas imagens, isso são só alguns indícios que vão fortalecer as provas existentes no inquérito. Isso vai ser apurado.
Castro informou, ainda, que em novo depoimento Natália acrescentou alguns detalhes "que ainda estavam nebulosos", mas não detalhou o teor dessas declarações. Segundo o delegado, Natália tem colaborado mais com as investigações após a localização do corpo do filho.
— Ela estava tranquila [antes do corpo ser encontrado], isso levou com que a gente pedisse a prisão temporário do casal. Ao ver o corpo do filho ela entrou em choque, chorou. Talvez o fato dela ter visto o corpo encontrado e ter se conscientizado disso e também a prisão, talvez [isso] a leve a colaborar de um modo mais eficaz.
Em relação à possibilidade de Joaquim ter sido levado por um traficante como pagamento de uma dívida de Longo, que admitiu ser usuário de drogas, o delegado acredito que isso é pouco provável.
— Não descartamos, mas trabalhamos com a hipótese de que ninguém entrou na residência. Então é muito improvável que um traficante fique de posse de uma criança com problemas de saúde para tentar negociar qualquer tipo de divida que o Guilherme poderia ter. É muito improvável.
O delegado informou também que o padrasto deve ser ouvido pela primeira vez nesta tarde. Além disso, a polícia pretende realizar uma reconstituição do crime.
Agressão ou negligência
A investigação tenta esclarecer se Joaquim foi vítima de agressão ou negligência. Os policiais também apuram se ele poderia ter morrido por excesso ou falta de insulina. O garoto era diabético.
O corpo da criança, sepultado nesta segunda-feira (11), na cidade de São Joaquim da Barra, no interior de São Paulo, foi encontrado por pescadores boiando no rio Pardo, em Barretos. Ele usava um pijama estampado idêntico ao descrito pela mãe e pelo padrasto no boletim de ocorrência, feito horas depois do desaparecimento da criança. Segundo os dois suspeitos, o menino sumiu de dentro do quarto durante a madrugada da última terça-feira (5), em Ribeirão Preto. No mesmo cômodo, dormia o bebê de quatro meses.
O promotor Marcus Tulio Alves Nicolino enfatizou que somente a perícia poderá determinar a causa da morte de Joaquim.
— Só poderemos ter certeza do que aconteceu, se houve algum ferimento, se houve sinais de morte violenta com a divulgação do laudo, que demora de 20 a 30 dias. O que o médico afirmou de antemão é que a criança não morreu afogada.
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